(Reportagem retirada do Centro de Mídia Independente)
Estudantes em marcha à reitoria
Panelaço no Centro de Biociências e Biotecnologia
Estudantes se manifestam na reitoria
Reitor Almy Júnior sem saber onde enfiar as mãos
Acampamento dos estudantes
A luta dos estudantes da UENF - Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro - pelo Restaurante Universitário (bandejão) é uma das mais antigas da categoria. Desde que o antigo bandejão foi desativado, ainda na década de 90, que o DCE e conselheiros discentes nos colegiados deliberativos levantam essa bandeira como uma das principais formas de reduzir a evasão escolar por parte de alunos carentes. A UENF, junto com a UERJ, foi uma das primeiras universidades públicas no país a reservar cotas para alunos provenientes da rede pública, afro-descendentes, portadores de necessidades especiais e demais minorias. Desta forma torna-se crucial uma política de assistência estudantil. A UENF se situa na cidade de Campos dos Goytacazes e foi idealizada por Darcy Ribeiro, Leonel Brizola e planejada pelo arquiteto Oscar Niemayer.
Apesar de ser uma antiga reinvidicação o episódio atual tem início na inauguração do Centro de Convenções, quando o governador do estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, esteve na instituição para a cerimônia de inauguração. Nesta ocasião o governador foi recebido com faixas e gritos de reinvidicações, dentre elas a construção do bandejão. Esse ato levantou a discussão sobre o orçamento da Universidade e promoveu a participação do DCE e da própria reitoria a audiências públicas na ALERJ coordenadas pela Comissão de Educação, composta por deputados como Marcelo Freixo, Comte Bittencourt entre outros.
Essa agenda de idas e vindas ao Rio de Janeiro levou à liberação de R$ 5 milhões para a construção do R.U. ainda em 2008. Recentemente o Tribunal de Contas do Estado (TCE) embargou a licitação aberta para a concorrência das construtoras entendendo que haviam falhas no processo e a licitação deveria ser re-editada.
Apartir deste embargo os estudantes, alegando falta de clareza no processo após 4 meses da liberação da verba, promoveram um almoço no pátio da reitoria cobrando do reitor, o Prof. Almy Júnior, agilidade e transparência no processo de início das obras. Um mês após a manifestação as obras não começaram e nenhuma informação precisa foi passada ao DCE ou aos representantes discentes nos colegiados.
Desta forma, na última terça-feira, dia 9 de setembro, os estudantes aguparam-se em frente ao Centro de Ciências e Tecnologia Agropecuárias e marcharam até a reitoria, passando por todos os prédios da universidade pedindo adesão de outros estudantes ao movimento que, como uma bola de neve, quase triplicou de tamanho até o destino final. Na reitoria o reitor recebeu os alunos e confessou problemas na licitação, mas que isso fazia parte do processo e que tudo estaria resolvido. Mas a verdade é que se a licitação não sair na próxima tentativa o dinheiro corre o risco de ser devolvido aos cofres do estado. Jogando pelo ralo anos de lutas pelo restaurante.
Como forma de pressionar não só o reitor mas também o TCE, os estudantes armaram acampamento em frente ao prédio e prometem sair apenas quando as reinvindicações forem atendidas.
O lema agora é: ACAMPAR E RESISTIR!
Mais informações: www.dendrito.blogspot.com
Contribuiram nesse texto: Coordenação do Diretório Central dos Estudantes Apolônio de Carvalho e Frederico Graniço.
